sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cadê Arthur?

Saudosismo e nostalgia invadem meu coração. Este, cansado e atordoado de lembranças dolorosas, me fez abrir a caixa de cartas do passado.
Lembranças lindas, de um passado que vale a pena recordar.
Dentre os papéis, há cartas de amigos que moram longe, Japão, Venezuela, EUA. Dos amigos que moram perto. Dos amados primos distantes.
Sinto saudades da época das cartas, em que ir até o correio era bem excitante e receber uma carta era ainda mais.

Achei uma carta de minha mãe, que me fez chorar muito a primeira vez que li, é uma espécie de despedida, doeu. Prefiro mantê-la dobrada, até uma possível despedida, quem sabe eu não leio novamente.
Achei um bilhete escrito por mim, onde eu apaixonada dizia que sentia uma das piores coisas depois da morte: O sofrimento.
(eu deveria estar bêbada e com muita dor de cotovelo pra ter guardado um bilhete desses)
A melhor lembrança foi Arthur, rapaz que conheci na rodoviária de Florianópolis nas férias de 1996. O Skatista viajava no mesmo ônibus que eu pra Curitiba (segundo ele, a pista de lá era a mais bacana do país).
Conversamos na rodoviária e, na calada da noite, ele veio ao meu assento e conversamos mais um pouco, combinamos de nos ver em Curitiba. No entanto, quando Arthur me procurou eu não estava na casa – infelizmente. Perdi Arthur.
Desencontros a parte; trocamos endereço e várias cartas. Até que paramos de nos escrever e logo mudei de endereço. Perdi Arthur.
Hoje relendo as cartas de Arthur, percebi o quanto ele era um cara especial, gentil, inteligente, sempre preocupado em saber notícias minhas.
E como Arthur escrevia tão bem aos 20.
Em umas das cartas de Arthur, achei um email antigo da faculdade. Então imaginei: “ele não deve mais usar esse email”. Escrevi mesmo assim, por desencargo de consciência e alívio pro coração.
O email voltou, perdi Arthur.
Considerando que estamos na era digital dos e-mails, seria no mínimo esquisito mandar-lhe uma carta, sem falar que ele já deve está casado com no mínimo dois filhos. Não que eu quisesse reencontrar Arthur para uma possível investida amorosa, mas há mais de dez anos, soaria muito esquisito. Perdi Arthur.

Olhando para os rapazes que conheço no presente. Reconheço que os de dez anos atrás foram os mais agradáveis.
E-mails, MSN´s que me perdoem, mas lembranças dessas cartas vão me acompanhar para sempre.
Onde estará Arthur?

Um comentário:

larabatera disse...

eu tenho um arthur tb... aliás, vários! oh vida cruel...