sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aquela tarde


Era um fim de tarde, a ânsia como sempre me tirou de casa, no caminho uma mulher num carrão me ofereceu uma carona, tava meio chapada, então demorei pra identificá-la, o nome era esquisito, algo como Kartejane (what the f...),acho que era minha vizinha do lado, será que ela sentiu o aroma do que eu tinha acabado de tragar?! Quem é ela?! Era só o começo de uma noite promissora em mesas de bares. Perto da minha casa o Prefeito @#$$% (e tal) fez um parque, a fim de melhorar a qualidade de vida da população residente desta querida cidade, era só um fim de tarde. Eu não tenho muitos amigos boêmios, destes que topam numa segunda feira qualquer, em boa companhia saborear uma cerveja gelada e bater um papo gostoso e sem pretensão alguma. Então eu precisava conversar, fumar uns cigarros talvez. Como uma mágica, ela surge, creio que a única amiga boêmia e companheira das conversas mais nonsenses, tem o mesmo sobrenome que eu, os mesmos gostos, as mesmas vontades, os mesmos sonhos, os mesmos medos, os mesmos um monte de coisa. O chope era delicioso, gelado, não havia ninguém no recinto, a vista pro parque era deveras agradável. Até que surgem eles, aquela denominação pejorativa (não vou dizer aqui) com suas roupas roxas e rosas, aquele cabelo esquisito com uma franja pro lado enxarcada de gel, maquiagem, olhos pintados, alguns com mp3 na orelha, provavelmente ouvindo aquela banda que os adolescentes gostam - NX Zero – no inicio era visível que eles estavam fazendo o mesmo que eu, só passeando, matando o tempo e jogando conversa fora. As horas passam e depois de alguns chopes e conversas interessantes com a camarada, a cena muda e meu senso critico em relação às criaturas que ali rodeavam começa a mudar. Um aglomerado deles se formou na grama do tal parque, a noite chegava junto com a lua mais linda dos últimos tempos, eles formavam vários pares, homens com homens, mulheres com mulheres, coisa nunca vista antes, interessante é que junto com crianças brincando com seus pais ou babás, transeuntes, atletas, corredores, nada disso fazia diferença alguma pra eles, beijavam-se, enfim, eram felizes, apreciei aquele momento, como um ato de coragem e nada de hipocrisia. Ah .. Se todos fossem assim...A noite continuou, chopes e mesas, outras mesas, outras pessoas. Um dia eu volto praquele parque.

2 comentários:

Anônimo disse...

"AAAAiiiiiiiiii, eu aaaaaaaaaaaaaaaamo dançar!!"

by Emo anônimo que frequenta tal parque.

Camila Domingues disse...

'mesmos um monte de coisa' é coisa pra caramba! Adorei!
Bjos